Ainda não existe cura para o câncer?

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O câncer é uma doença complexa, que conta com mais de 200 tipos diferentes de tumores malignos, causados por alterações nos genes que fazem com que uma célula se multiplique de forma muito rápida e sem parar. Por ser uma doença multifatorial — ou seja, causada por diversos fatores como genética, hábitos pessoais, hereditariedade e influência do ambiente sobre o organismo — é muito difícil encontrar uma solução única que resolva o problema do câncer de forma definitiva.

Assim, o câncer não é uma doença isolada. As características biológicas de cada tipo de tumor são diversas, dependendo, por exemplo, das mutações genéticas adquiridas por aquele tumor. O processo de formação do câncer pode ter características diferentes dependedo dos genes alterados ou dos órgãos e tecidos onde o tumor está localizado.

Além disso, o câncer se adapta com facilidade ao local onde ele se desenvolve. Essa capacidade de adaptação é impulsionada por diferentes mutações adquiridas pelo tumor, pelo sistema imunológico e pela interação das células de câncer com o microambiente tumoral (ou seja, o tumor em si, outras células normais em volta dele, e outras substâncias presentes no local de desenvolvimento do câncer). Isso acontece porque o câncer não é uma doença estática, mas dinâmica. As células tumorais estão sempre interagindo com outras células e estruturas dentro do organismo e novas alterações dentro da célula de câncer está ocorrendo a todo momento, o que dificulta a criação de um tratamento que seja eficaz a longo prazo. Como resultado desses processos de adaptação, as células cancerígenas podem desenvolver resistência a tratamentos como quimioterapia ou radioterapia.

Resistência ao tratamento

Uma das maiores barreiras para a cura do câncer é a resistência ao tratamento. Embora a maioria dos tratamentos seja eficaz em reduzir ou eliminar os tumores inicialmente, algumas células cancerígenas resistentes podem sobreviver e fazer com que o tumor volte um tempo depois, o que chamamos de recidiva. Essas células resistentes frequentemente possuem características genéticas ou metabólicas únicas tornando os medicamentos tradicionais ineficazes contra elas.

Ainda, cada tipo de câncer apresenta um conjunto “personalizado” de mutações genéticas e características tumorais. Isso significa que tratamentos que funcionam para um paciente podem não funcionar tão bem para outro. A medicina personalizada tem avançado significativamente nos últimos anos, com tratamentos direcionados para os genes alterados naquele câncer especificamente. Chamamos esses genes de ‘biomarcadores genéticos’. Mesmo assim existem limitações porque faltam descobertas sobre quais genes são bons biomarcadores para certos tipos de câncer, assim como quais interações entre genes, células e substâncias presentes no ambiente tumoral são a chave para desligar processos que mantém o câncer ativo e crescendo.

Desafios no desenvolvimento de novos tratamentos

A descoberta desses biomarcadores genéticos e o desenvolvimento de novos tratamentos contra o câncer é um processo longo e complexo que pode levar décadas desde a pesquisa inicial até a aprovação clínica. Também, é um processo caro, que exige muito investimento de governos e indústrias — recursos que nem sempre estão disponíveis. 

Várias etapas devem ser cumpridas na pesquisa científica de biomarcadores, medicamentos e outros tipos de tratamento, o que garante a segurança e menos efeitos adversos aos pacientes. Geralmente, as pesquisas começam em culturas de células feitas em laboratório; depois os estudos avançam para testes em animais; e somente após várias etapas atestando a viabilidade e segurança é que os estudos são feitos em seres humanos. Essa etapa da pesquisa em pessoas reais, é chamada de ensaio clínico. Cada uma dessas etapas pode exigir adaptações e mudanças, ou ainda pode-se verificar que um tratamento não funcionou como o esperado, e isso impede que as pesquisas avancem e que o tratamento seja de fato desenvolvido. Assim, custo, tempo e, principalmente, qualidade e segurança são elementos-chave para que um tratamento seja considerado adequado para a efetiva aplicação clínica.

Avanços já alcançados

Apesar da complexidade envolvida no tratamento do câncer, muitos avanços já foram alcançados. A quimioterapia e a radioterapia são, indiscutivelmente, os tratamentos que mais apresentam efeitos benéficos contra os tumores malignos. Mais recentemente, a imunoterapia, tem mostrado grande potencial ao recrutar o sistema imunológico para combater o câncer, mas sua eficácia varia bastante entre diferentes tipos de câncer e pacientes. 

A imunoterapia baseia-se na capacidade do sistema imunológico de identificar e destruir células cancerígenas antes que elas causem danos significativos ao organismo. Ainda assim, é necessário avaliar cuidadosamente os benefícios e possíveis efeitos colaterais dessa abordagem.

Medicina paliativa: uma abordagem alternativa

Em medicina, é sempre importante avaliar os benefícios e também os malefícios de uma intervenção. Isso porque, o mesmo tratamento pode melhorar muito alguma condição de saúde mas piorar outra. Assim, precisamos avaliar o que é mais importante naquele momento e administrar os efeitos não tão bons assim que o tratamento irá causar, proporcionando qualidade de vida para o paciente.

É por isso que para alguns tipos de câncer ou para pacientes específicos — como idosos, aqueles com doenças avançadas ou com outras doenças graves associadas — pode ser mais viável gerenciar a doença a longo prazo do que tentar erradicá-la completamente. Essa abordagem reflete uma mudança no modelo tradicional de tratamento: tratar o câncer como uma condição crônica controlável ao invés de buscar uma cura definitiva. Esse princípio está alinhado à  medicina paliativa e não significa o fim das opções de tratamento ou que a morte é certa, mas sim que os tratamentos disponíveis garantirão mais tempo e qualidade de vida ao paciente, o que é muito importante.

Detecção precoce: chave para melhores resultados

Embora ainda não exista uma cura definitiva para todos os tipos de câncer devido às suas complexas características, já se fala em cura do câncer para os casos em que o tumor não apresentou recidiva durante certo período após o tratamento inicial ou quando a doença está controlada, sem maiores dificuldades para o paciente. 

A melhor forma de alcançar essa cura é através da detecção precoce do câncer. Apesar de alguns tipos de câncer não apresentarem sintomas claros em seus estágios iniciais, tornando difícil diagnosticá-lo antes que se espalhe ou se torne mais agressivo, muitos sintomas são evidentes mas não amplamente divulgados. Saber identificar os sintomas do câncer em seu estágio inicial torna o tratamento muito mais fácil e eficaz, aumentando consideravelmente as chances de cura. Por exemplo, no caso do câncer de mama, identificar os sintomas na fase inicial da doença significa mais de 90% de chance de cura. Assim, saber identificar os sintomas do câncer e rapidamente consultar um médico para investigar melhor, com exames de sangue e de imagem, é a melhor forma de curar o câncer. 

Prevenção e cura através do estilo de vida

Outra forma de curar o câncer é através de mudanças no estilo de vida. É claro que adotar certos hábitos como não fumar, não ingerir álcool, manter um peso e alimentação saudáveis, entre outros, é uma forma de prevenir a doença. Mas, mesmo entre pessoas que já desenvolveram o câncer, essas mudanças apresentam grandes benefícios. 

Assim como as causas do câncer são diversas, as ações para a cura também devem ser— desde mudanças simples no estilo de vida até avanços tecnológicos na medicina personalizada.

Ajudar você a identificar sintomas do câncer e, se preciso, fazer a detecção precoce, é nossa missão! E você pode fazer parte dela compartilhando nossos textos com outras pessoas, porque educação em saúde salva vidas todos os dias!

 

Referências

https://www.aacr.org/blog/2025/01/10/experts-forecast-cancer-research-and-treatment-advances-in-2025/

https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC6304530/

https://www.worldwidecancerresearch.org/information-and-impact/cancer-myths-and-questions/why-is-cancer-so-hard-to-cure/

https://sboc.org.br/noticias/item/3029-deteccao-precoce-do-cancer-de-mama-pode-aumentar-em-ate-90-as-chances-de-cura

https://www.inca.gov.br/sites/ufu.sti.inca.local/files/media/document/rrc-40-capa-e-possivel-falar-em-cura.pdf

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